Rabiscos sem forma
Qualquer coisa serve
Tudo acaba da mesma forma
Palavras soltas me compõe
O sol parece estar entre nuvens
A luz foi ficando fosca demais.
Não importa o quanto tente
Flores ou tempo não ajudam
Pareço um pianista tocando no mar
Jogo garrafas com pergaminhos
As ondas levam para longe
Escrevo todas as palavras para que se percam.
Como num dia escuro
Escrevo as cegas
Procurando palavras que brilhem
E nada parece certo
Nada está no lugar
Isso me preocupa, nem tanto.
Sou quadro de arte abstrata
Aberto a qualquer interpretação
Lutando para tomar forma
Ser apenas um e ficar satisfeito
Correr por aí, livre
Me libertar de molduras.
Afinal, onde estou?
Em quantos finais me encontro?
Por qual caminho seguir?
Muitas perguntas para alguém
Que está destinado ao monótono
Rabiscos sem forma.