A noite vai passando, e o rugido da minha alma fica cada vez mais claro.
Pode ser o álcool ou o sono. Mas a poesia flui de mim, como flui o tesão que sinto por você.
Te ver de calcinha e com minha camiseta, realiza um sonho de orgasmos e fluidos.
Tenho vontade de mergulhar nesse sentimento como mergulho em você.
Me perco.
Você me acha.
E toda vez volto pra mim, tentando te entender.
Você é o algoritmo complexo de linhas e linhas de código que soam confusos mesmo pra quem sempre programou.
Fumo um cigarro, tomo um monte de coisa.
A vontade é de entender tudo isso.
A realidade é um calmante pra alma.
Entre goles e textos, vou vomitando o que me faz mal.
Deixo aqui tudo guardado.
Como se juntasse as vísceras em arte.
Escrevo textos, monto filmes.
Fumo um cigarro, decido deixar a playlist rolar.
As músicas passam uma a uma e absorvo as mensagens.
Como quem abre a bíblia em uma página aleatória, esperando o que ela têm a dizer.
Espremo o que estou sentindo.
No final, tudo não passa de projeções e altas expectativas que você não cumpriu.
Ingrata.
Como pode não ser tudo o que eu imaginei?
Ou será que foi?
Talvez seja até mais.
Isso me deixa zonzo.
Agora, estou como você, com medo de sentir.
Prefiro viver essas histórias de começo meio e fim,
Do que viver mentindo o que existe em mim.