sujeitopoetico

Sombras

Sombra 

A tua irmã é fantástica,

O teu irmão é fantástico,

Tu és fantástica

 

Mas será isso o suficiente para sobressair?

Para ser notada?

Ou serei sempre uma sombra?

 

A sombra de um brilho que nunca gerei

Ou de um caminho que nunca andei

Menos que um excelente nunca me permitirei

O que precisarei para sair das sombras?

Para apagar o brilho que me ofusca?

Para parar de me afogar neste mar de felicidade fingida

De expectativas já atingidas por outros,

De conquistas já antes conquistadas 

 

Da falta de surpresas com os meus troféus que ganhei

Da desilusão nos olhos quando não os cumpro

Acompanhado por falsas palavras de conforto, 

 

Quando é que conseguirei ter um espetáculo só meu

Com os holofotes virados para mim,

sem um livro a pesar-me nas costas

Um livro que nunca escrevi, que nunca suei para o conceber,  

Um livro sobre conquistas alheias 

que eu jamais pensar em tomá-las como minhas

E pô-las no meu legado.

 

Quando é que eu terei os meus próprios troféus?

Terei-os sequer?