Bom poder estar mais uma vez junto ao mar
Sentir a brisa acariciando minha face salgada
Ouvindo o ritmo das ondas a me hipnotizar
Fazendo de uma página seca linhas molhadas
Vejo aquela mulher de vestido fino vermelho
Trazendo um cesto de flores e versos ousados
Colado ao corpo seus limites acima dos joelhos
Negros seus olhos fixos me deixam paralisados
E ela canta uma canção que toca dentro de mim
Trazendo à superfície arrepios de terror e prazer
Nas batidas de meu coração um frenesi sem fim
Sussurra meu nome vem a vontade de escrever
Invadiu meu sono assumiu meus sonhos cresceu
Trouxe as ondas do mar recuou-me a consciência
Num tsunami fantasias e sabores atingiu o apogeu
Se tornou brisa e me deixou em estado de latência
Do vestido restaram pétalas vermelhas orvalhadas
Os versos ousados guardei dentro de meu coração
Sua voz ainda me guia quando sonho na madrugada
Ouço meu nome me sinto salvo ao toque de sua mão
Deus abençoe as vozes em nossas mentes
Carlos Correa