carlos correa

Senhorita

Depois que todos se vão eu fico em meu escuro
Dedilho nessas teclas meu sentimento de solidão
Aqui cercado de mim consigo me perceber maduro
Os suspiros deixam de ser aflitos buscam inspiração

Talvez seja por isso que aguarda a senhorita de branco
Hoje esta folha sussurrou-me em um caminho inverso
Foi ela quem chamou minha atenção sentei num banco
Fechei os olhos e ouvi sua história seu passado seus versos

Pude ouvir o canto dos pássaros sobre seus galhos erguidos
As gargalhadas e malícias dos namorados jogando sedução
Senti as suas feridas suas sangrias seus vasos e seus fluidos
Absorvi seu medo das tempestades do ronco sinistro do trovão

Quando ouvi o som da serra atravessando todo seu tronco rugir
Imaginei que estaria apavorada mas não era nada disso que eu via
De alguma forma você sabia o que viria aquele era o momento de ir
Agradecia por seu propósito rezava para se transformar em poesia

Então nesta noite eu resolvi te fazer sorrir te fazer uma homenagem
Não você não seria um rascunho um amassado esquecido no cesto
Deixei as teclas de lado te coloquei com carinho sobre a mesa de ferragem
E escrevi estes versos sei que são simples sem seiva são versos modestos

......minha forma de agradecer aquelas que nos dão suas vidas....

Obrigado meu Deus por Sua natureza
Carlos Correa