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Poeta decadente

 

Poeta decadente

 

Há dias que não tenho paciência,

tudo o que leio me aborrece,

desanimado não vejo coerência

não encontro história que interesse.

 

Textos com muitas palavras,

excesso letras naqueles versos

falando todas as mágoas

mostrando estranhos universos.

 

Surgem os melosos amantes

são tão doces que estraga,

outros são muito deprimidos

que deixa minha vida amarga.

 

São fingimentos de dor

ou também de alegria

mas o que realmente falta

é a verdadeira magia.

 

O que me faz perder a calma

é ler tantas frases sem sentido,

são poemas carentes de alma,

com rimas me machucam o ouvido.

 

Me invade essa fria carência

que não traz inspiração

por insuficiente inteligência

ou por não carregar emoção.

 

Acabo com preguiça de escrever,

não consigo mais me emocionar,

sinto a falta da poesia no meu ler

ou, será um dislexia que devo tratar?

 

Desisto de olhar para o papel

e saio no mundo para viajar,

talvez viver no mundo real

mostre a poesia que vai me inspirar.

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“O poeta é um fingidor 

Finge tão completamente 

Que chega fingir que é dor

A dor que deveras sente.”

                                        Fernando Pessoa