noi soul

crueza

ela pergunta as horas
inutilmente
o tempo não existe na mente
de quem sofre o desterro
de não possuir a própria vida
o tempo condena o pecado da sobrevivência
diante das máculas cravadas no peito
de quem chora e pensa
e sente e ama
e clama e reza
e almeja
um fim diferente
mas
– que triste!
não o vence
apenas os lábios imperiosos
permanecem aprisionando
seus corpos tão doentes
[choros cobertos por terra
mares secos na guerra
tudo feito por mãos
inclementes!]

 

 


noi soul
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