UMA CERTEZA
Como é efêmera a nossa juventude
Evapora veloz como a água do cantil,
Pouco dura como o amor primaveril
À galope é que chega a decrepitude.
Procure, portanto, ser preveniente
Pra sorver o néctar varonil,
Implacável é, pois, a vereda senil
Que nos dilata a alma de repente.
Nem penses querer deter o amanhã
Não pertence a nós, todos sabemos,
Sem resiliência a vida será vã
Os umbrais do ocaso perpassaremos.
Uma certeza balouça a mente sã:
O dia de hoje é o que, de fato, temos.
Marcos Valério de Souza