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Carlos Lucena

PRESOS DO TEMPO

PRESOS DO TEMPO

Estamos a caminhar 
na noite
Estamos presos no dia
E o tempo quando 
não é de outrora
É só pura nostalgia.
As horas 
de passos lentos
Caminham para a agonia.
E não adianta querer mudar-se os momentos
Que são deveras passageiros
E caminham 
a passos ligeiros
Sem olhar os sentimentos
Que estão presos 
nas mãos.
Pois aqueles do coração
É esquecida ilusão
Que as horas da noite 
e do dia 
Só traz mesmo a agonia. 
E a cortante lâmina 
do tempo
Não sopra mais 
como brisa
Pois sopra igual ventania.