Dia após noite noite após dia eu sou testado
Bom seria não fazer ideia do que nos rodeia
Já vi sombras demais que vivem do outro lado
Pra me fazer de coitado e fingir que não sabia
Queria que minha palavra fosse forte o suficiente
Faria do chumbo ouro dos pecados minhas virtudes
Fecharia lojas terminaria com suas promoções frementes
Seguiria o caminho da primavera iria para longe do oeste tão rude
Há vozes que me rodeiam não posso ouvi-las algumas brilham
Outras sofrem me envolvem como a neblina que cega o que precisa ver
Me guiam por entre versos e canções guitarras pianos às vezes gritam
Sentam ao meu lado se calam entram em minha cabeça sem nada dizer
Se minha sanidade ainda me acompanha como a neve cai no inverno
Dou graças às sombras que me lembram a cada entardecer que assim
Como sol renasce de manhã eu também voltarei eu também sou eterno
Sei que sou eu mesmo que me governo mas não sei se é bem assim
Sou repleto de pecados defeitos capitais já me perdi entre tantos sinais
Tenho medo de meus sonhos conheço todas as minhas fraquezas
Me ouçam com atenção no seu pensamento estará sua fortaleza
“sejam constantes e não errantes” escrevam suas letras e seus musicais
Deus abençoe as escadas que construímos
Carlos Correa