... poeta do cerrado ... Luciano Spagnol

SONETO DO AMANHECER (Brasília)

No horizonte contornado de talho semoto
Amanhece Brasília no céu azul acobreado
De sua plataforma és encanto do cerrado
De mistérios, infinito, onde nada é imoto

Nesta imensidão dança o belo imaculado
Onde a vida é diversidade e heterozigoto
E a pureza cúmplice ao admirável devoto
Este alvorecer do planalto tão denodado

As nuvens se desenham no plano piloto
Em detalhes o horizonte se faz empanado
E o sol adentra a janela, assim, tão maroto

A manhã acorda em um sonoro musicado
Do homem, de pássaros aqui boquirroto
Num espetáculo aos sentidos tão arrojado

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Fevereiro de 2017, Brasília, DF

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