TORSO
Torso da tua pele cor de mel
Te faço minha estátua esculpida em gesso
Crio em meus pensamentos
Tua imagem marfim que nunca esqueço
Te faço esmaecer em meus braços
Te decoro com meus dedos minhas mãos
Em todos os teus traços
Arregaço todos os teus nuances
Te deixo vibrante
Te faço chuva nos olhos
Te lambo todo nesse teu peito
Deleito!
Suave minha língua furtiva, te faço colorido
Enfático, acentuado, efusivo
Te transformo em chamas
Em clemência me entregue teu cheiro
Fresco, terra do mato, enigmático
Torso brejeiro
Que me faz delirar em toda tua decência pura
Tire o véu do teu rosto
E me beije com teu sorriso
Me leve ao paraíso
Lábios morenos
Mostre tua febre e tua fibra
Teu desejo agonizante
Calor do teu ventre e tua serpente
Me possua com teu furor ardente
Incontrolável...
Mate em mim esse teu frio vertente
Despenque tua consciência furtiva
Orgânica brotando em meu lábios
Liberte essa tua vida indecisa
Me entregue sua língua
Borbulhe na minha saliva
Goze em minhas mandíbulas
Faça do meu corpo o teu peito
Do meu torso o teu gemido
Do teu sexo tudo que há em mim
Do teu amor que germina em mim
Brotando feito flor do tempo
Em todos os teus confins
Vlad Paganini
\'Que bela imagem, os desenhos e nuances do seu corpo que ao despir-se, me regalo e gozo diante da beleza de seu torso, e me contorço perante seu sorriso, e dentro dele me transporto ao paraíso’