Se eu dissesse que teu corpo é o mar
Onde desejo exorcizar os meus anseios
e naufragar no fundo dos teus horizontes
deixando as tuas ondas conduzirem o voo
tal a folha seca que abandona o trono
para morrer em suas aventuranças conquista
ainda saberias que é o amor que te revelo?
E se eu dissesse que meu mundo inexistia
E no vazio da minha existência
No cosmo das galáxias da via-láctea
Eu era o pó flutuando os espaços
De uma eternidade atemporal no burraco negro
E que o fôlego por ti me foi concebido
Entenderias que és a razão da minha sobrevivência?
E se eu te olhasse intimamente
E rasgasse as vestes da tua alma
Sem palavras
E tu reparasses na minha face
Como quem contempla a tranquilidade das águas
E eu permanecesse mudo
Ali, diante dos teus olhos
E sorrisse timidamente
Como quem ganha o mundo
Será que compreenderias o tamanho do meu amor por ti?