Carlos Lucena

COMO ÁGUIA

COMO ÁGUIA 

Sou os braços
Que sem abraços andam entristecidos
Sou os lábios
Que sem os beijos já foram entorpecidos
E  sou a alma que no corpo soluça em arpejos
Que nem a melodia de acordes e solfejos.
Sou aquela a quem o vento soprou para distante
Feito águia
Recolhida nas colinas 
E depois num alar alucinante
Regressar para     reviver com os mesmos braços, os mesmos lábios, a mesma alma e as mesmas sinas.