“E teu corpo se alonga e se inclina, tal fino navio que oscila e seus mastros declina, no mar correntio” (Charles Baudelaire/ Flores do mal)
Dionisíacas
Deve estar no céu
Firma com a mão meu telescópio
Lentamente retira o véu da frente da lente
E vê um caleidoscópio
Em meio a Lua e a estrela
Escolhe ambas para vê-las
Brincam na escuridão prateada
Descem ao oceano
Para afogar a nudez desvelada
Sonho profano
Rotações, translações
Vértices invertidos, vórtices divertidos
Abluções
Brincam até a madrugada
O dia vem e interrompe a fantasia
Cego de luz
Veste o capuz
E termina a poesia...