Melancolia...

Ah, Como Eu Queria Agora!

Ah, como eu queria agora, estar contigo em todo instante;

Poder conversar as velhas conversas em novos dias;

Ter aqueles velhos risos das mesmas histórias;

Saber que estais aqui, bem pertinho de mim;

Poder sentir teus abraços em dias de visita;

Saber que sempre cuidavas de mim em orações;

Ter a certeza de que irias atender o telefone quando eu ligasse;

Sentir tuas mãos aquecidas a me envolver quando ia embora;

Aquele beijo sedoso, com gosto de orvalhos matutinos;

Aqueles carinhos em saber que eu estaria bem cuidado.

 

Ah, como eu queria agora, estar contigo em toda hora;

De manhã, de tarde ou em outrora;

Saber que eu era o xodó da senhora;

Te chamar de mãe e receber um “oi” como resposta;

Lembrarmos do tempo em que eu era indefeso;

Que corria no colégio, sem parar, e sem ter medo;

Lembrarmos de todos os nossos segredos;

Escutar todos os seus lindos e perfeitos conselhos;

Ir alegre e feliz para o meu aconchego;

Crendo que no “amanhã”, estaria lhe dando vários beijos.

 

Ah, como eu queria agora, te ter para sempre nesta hora;

Pena que chegou á aurora, muito cedo, porém logo agora;

Em que eu estava contigo e nunca saberia do perigo;

De te perder da minha vida, minha senhora;

E assim, o tempo vai se passando,

Todos os dias me maltratando, me esmagando,

Meu coração sangrando, se apertando,

Minha vida se definhando, amortizando,

E ainda não vi o amanhecer chegando, demorando,

Creio que eu também já esteja morrendo, despedaçando.