QUAL GIRO DO PIÃO
Laçado à fieira, prisioneiro, meu pião
Gira velozmente se o lanço rumo ao chão
O riscado na poeira parece intenção
De mostra-me alegria por soltá-lo da prisão
Aperto-o entre os dedos, ignoro seu forcejo
Acho-lhe seguro, por ser hábil no manejo
Livre rodopio, a manobra, e seu ensejo
Dá-me a sensação dominar o seu desejo
Feito o brinquedo, atrelado ao cordão
Te senti, mulher, refém, escravo coração
Nesse tempo longo do meu ego doentio
E me arrependo de tamanha crueldade
Desfaço os liames de tanta veleidade
Pois, amor é vida, não jogo mercantil