Nas entranhas da fábrica, onde o couro ganha forma,
Um amor proibido surge, feito brasa que transforma.
Ela, mulher casada, tecida na trama de um amor,
Ele, solteiro, buscando no trabalho o valor do labor.
No chão de sapatos e sonhos, um destinos ousado,
Entre agulhas e fios, um tecido costurado.
Ela, como uma flor escondida no jardim da rotina,
Ele, um poeta urbano, buscando na ternura a sina.
Entre peles e solas, surge uma cumplicidade clandestina,
Nas pausas do dia, suspiros escondidos, a dança divina.
Um olhar furtivo, um toque dissimulado,
Em meio à produção, um amor que parece condenado.
Na fábrica de calçados, onde cada par conta uma história,
Eles escrevem capítulos secretos, numa trama ilusória.
Ela, com anel no dedo, esconde seu desejo ardente,
Ele, sem compromissos, vive o dilema presente.
Os corações entrelaçados, como cadarços em um sapato,
Mas a realidade os cerca, como um destino exato.
Entre as máquinas e os suspiros, o amor proibido floresce,
Uma história de paixão que no silêncio se estabelece.
No final do expediente, quando a fábrica descansa,
Eles se encontram às escondidas, como sombras na bonança.
Um amor proibido, costurado entre o certo e o errado,
Na fábrica de calçados, onde o destino é selado.
Assim, entre linhas e solados, a trama se alimenta,
Um amor proibido, na fábrica, como uma fera sedenta.
Que o coração pulse forte, mesmo que oculto e escondido,
Na dança dos calçados, está este amor proibido.