Tu, ex-refém da urgência competitiva
cujas células agora se esparramam sem controle
deserda os leitos e jardins cuidados e restritos
vai às flores do campo,
abandonadas na rusticidade,
virgens de mãos de jardineiro
Funda teu acampamento e observa-as,
a sol e chuva, a suportarem o tempo em cumplicidade
vá, citadino, até que a luz
tenha parto e teus olhos tenham cura,
e possas entender – a tempo, isso
que a todo tempo finda –
que elas têm um Jardineiro
feito de sempres e de serenidades
Entrega, enfim, teus dias em Suas mãos,
e furta irmandade às flores
e à eternidade