Eu, por mim? Dizer para você ou pra mim
Quem sou enfim?
Já é madrugada e não consigo avaliar
Se é mesmo preciso me questionar
As luzes da noite começam a se apagar, e o sol se mostra a brilhar
Continuo a refletir, começo a sentir
Aqui dentro de mim, meu peito a se dividir
Mas, quem não duvida mesmo de si, não é capaz de decidir sobre a próxima ação a se construir
Somos dois mundos concomitantes
Mas, há sempre o que amamos de maneira exorbitante
Esse, é o lado do prazer, o que nos leva a envaidecer
Nos consideramos coerentes, pode até parecer
Mas, também pode ser o lado que nos leva a desobedecer
Desobedecer as coisas naturais da vida
E achar que ela, a vida, não tomará uma medida
É não querer cuidar da ferida que insiste em crescer de forma infinita
Então, soltaremos nossas feras, indomáveis e imparáveis, atropelando sem dó, sem amor
Um, ou outro que já leva consigo tanta dor
São inocentes os que pagam por nossa fúria
Tratados com ódio, com injúria em um momento de espúria
E, meu outro mundo, meu outro eu?
Será que morreu?
Ou por medo nega a vida criando sua própria guarida
Mas, enquanto não soltar meu lado bom, aquele que oferece a outra face
Vou me abster da mudança e, nessa dança, continuarei aguardando que o tempo passe
E, eu por mim, o que direi para você e para mim?
Quem sabe enfim, darei a outra face
Ou continuarei essa fera fugace?