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Evaldo Pereira!

FUGACE

Eu, por mim? Dizer para você ou pra mim
Quem sou enfim?

Já é madrugada e não consigo avaliar
Se é mesmo preciso me questionar 

As luzes da noite começam a se apagar,  e o sol se mostra a brilhar 

Continuo a refletir, começo a sentir
Aqui dentro de mim, meu peito a se dividir 

Mas, quem não duvida mesmo de si, não é capaz de decidir sobre a próxima ação a se construir

Somos dois mundos concomitantes
Mas, há sempre o que amamos de maneira exorbitante 

Esse, é o lado do prazer, o que nos leva a envaidecer 

Nos consideramos coerentes, pode até parecer 
Mas, também pode ser o lado que nos leva a desobedecer 

Desobedecer as coisas  naturais da vida
E achar que ela,  a vida, não tomará uma medida

É não querer cuidar da ferida que insiste em crescer de forma infinita

Então,  soltaremos nossas feras, indomáveis e imparáveis, atropelando sem dó, sem amor
Um, ou outro que já leva consigo tanta dor

São inocentes os que pagam por nossa fúria 
Tratados com ódio, com injúria em um momento de espúria 

E, meu outro mundo, meu outro eu?
Será que morreu?

Ou por medo nega a vida criando sua própria guarida 

Mas, enquanto não soltar meu lado bom, aquele que oferece a outra face

Vou me abster da mudança e, nessa dança, continuarei aguardando que o tempo passe

E, eu por mim, o que direi para você e para mim?

Quem sabe enfim, darei a outra face
Ou continuarei essa fera fugace?