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Melancolia...

Deslize das Lágrimas.

Os dias passam lentamente,

As horas se arrastam constantemente

E não levam as dores consigo.

E deixam mais ardores comigo.

 

Sensações improváveis de cura

O coração entende o tamanho da dor,

Só não consegue distinguir se será passageiro,

Ou, findou tudo com o desamor.

 

Se a dor também te atinges meu anjo,

Não sofras antecipadamente,

Sente-se aqui do meu lado e partilharas o teu sentir;

Seguiremos no mesmo choro cruel e desalinhado.

 

Se lágrimas correm em tua face

Espero que seja por alegria

De poder substituir o choro pelo riso.

Bem queria tu aqui, meu anjo, todos os dias.

 

Aproveita os momentos anjo meu,

E tenhas cuidado nos atalhos do destino

Para não se equivocar por mera coincidência,

E sofrer por algo que não pudestes retroceder.

 

Tenhas muito cuidado meu anjo,

Para não perceber muito tarde,

Que os dias mais simples e comuns

Eram os mais extraordinários em tua vida.

 

Fazendo assim que, com todo o nosso descuidado

E falta de atenção, nos tome a visão

De tudo aquilo que poderia ser dito como despedida;

E ser tratado como a primeira vez.

 

Anjo meu, seguiremos sem um adeus,

Massacrados pela dor da perca imatura,

E consistindo em um rumo ao meio do nada,

Onde findaremos em lugar nenhum.

 

E que todo aquele tempo desperdiçado

Sem ter idéia de que fosse o nosso último encontro

Pelo menos desse tempo de tomar uma última xícara de café,

Ou fazer aquele passeio que nunca fizemos.

 

E que, aquele abraço que não foi dado,

Justo naquele dia, nos traz um engasgo na alma

E, sobretudo, nunca mais irá voltar;

Para poder cuidar do remendo que ficou aberto.

 

Meu anjo, te deixo aqui um sorriso;

Minha dor, te aguardo por aqui dormindo,

E se perderes no caminho,

Me acharás no deslize das lágrimas.