No meu tempo, era bom brincar, diferente de hoje, que surgiram tantos termos que as crianças não podem nem respirar.
Os meninos corriam pra lá e pra cá, era pique-pega, pique-esconde, pique-alto.
Tanta brincadeira, ish, que nem consigo lembrar, mas era brincadeira de verdade que fazia suar.
Brinquedo, poucos podiam comprar, e quem não podia, fazia de madeira, de lata... isso sim, era reciclar.
Pé no chão, pé sujo, machucado... e a mãe a gritar, “menino, passa para dentro que seu pai já vai chegar”.
As conversas iam até a lua chegar. Tinha mãe, tinha pai, tinha irmão, amigos, todos sentados na calçada a prosear.
Parecia que todos eram da mesma família, vou te contar...
As pessoas eram mais unidas, dava para notar.
A tia do meu amigo vinha de longe, passear, eu ficava tão feliz que parecia que era a minha tia que ia chegar.
Mas, já é de hoje que inventaram o tal do celular.
Antes era só para ligar, mas hoje dá até para navegar.
Os meninos já não correm pra lá e pra cá, é um tal de “mamãe, eu quero jogar”
E, eles pensam que isso é brincar, na verdade estão a se enganar.
Os pais entregam o celular é para ocupar o coitado do menino e vê se ele fica para lá.
Ah, os meninos de hoje não sabem mesmo o que é brincar.
Os pais não sabem educar.
Pensam que descobriram a maior invenção que há, o tal do celular que para eles funciona como babá.