Ela é o ser do ventre da relva densa
É livro que está aberto entre flores
São páginas lidas pelos beija-flores
Encantam e cantam seu amanhecer
O chilrear na cimeira natural saber
Que ressoa na franja do vale verde
Ela se acorda com o eco na parede
Do som poético que invade seu ser
Ser é sentido de existência humana
Estar expressa o lugar dessa pessoa
Talvez por aí no ar ou no mar à toa
Tal qual a sereia com seus encantos
Magias das águas de risos e prantos
Coração alado pulsando dentro dela
Quero ser teu anjo e estar na janela
Ser teu ser pra você ser outro tanto
Foge a estrela no romper da aurora
A cortina do dia se abre em desvelo
E os raios de Sol cinge seus cabelos
Imaginando ouro em linha de retrós
Esvoaçante ser semelhante albatroz
Tens olhar perspicaz no ser e estar
Que voam seus fitos na orla do mar
Translinear das ondas nos caracóis
A magia não é estar mágico é ser
É ser embebida pela água do mar
É ser a flor do beija-flor o néctar
É ser do vale verde seu relampejo
Estar aqui ou ali e causar desejos
O estar é hoje e ser é permanente
Ser é alma estar é corpo presente
O estar é a boca e o ser é o beijo