Manhã de folhas mortas em cortejo,
De névoas frias e de mansidão,
Vendo irem as aves com seu arpejo,
Voando livres pela imensidão:
Do silêncio no caminho que adejo,
Entoando liras de solidão...
Das almas remotas que já não vejo,
E sombras que floresciam pelo chão.
Ó brumas que vão andando nos ares,
Como vós que seguem com seus mistérios
Também vou indo com os meus pesares...
No caminho que de alvores se veste,
Seguindo-nos vão os astros etéreos
Que enfeitam essa abóbada celeste.
Thiago Rodrigues