//meuladopoetico.com/

Daniel Lipski

Só bosta

Um monte de bosta, glutinosa e putrefata
juntando ao redor parasitas parnasianos 
Moscas negras meneando a massa fétida
Num ecosistema fustigante aos sentidos

Asquerosos, aquém de tudo, passam ao léo
Sem se dar conta da nauseante encenação
Larvas a alimentar-se efusivamente
Num caldeirão de excitante podridão

Fartar-se com a merda e o que mais for
entrelaçar-se com o doce-amargo regurgitado 
Sentindo mais e mais o sabor do chorume
Saciando assim enjoados ensejos de vidas vis.