Uma coisa de cada vez,
que seja sem impacto
ou lágrimas.
Uma coisa por vez
que seja você
meu amor de fato,
mas sempre com
medo do urso branco.
Que passem os primeiros,
depois os segundos.
Fico por último.
Minha fila é curta e tem nódoas,
tem lembranças, muros
de ferro,
fornalhas de queimar
e gente que sobe e desce
e tem sempre uma escada sempre de subir.
Que se não é a vida,
é a chegada da chama sem fogo.
Uma coisa de cada vez,
não sou prumo de muro,
nem argamaça de paredes.
Sou azul, da cor do
céu,
e de breu,
quando cai à noite.
Passem um e dois.
Fico por aqui porque
minha vez
não é essa.
Uma coisa de cada vez,
e que ninguém chore em vão.
Há guerras por ai,
desastres há toda hora.
Coisas mais sérias é que
os homens são donos de outros homens.
São parte da cavaria dos duendes , que se acham deuses.
São os croatas com fundo de sangue e espadas.
Por isso, vou devagar.
Minha trilha é temerosa
e de poucos metros.
Um sobe,
outro desce.
Mas estou nela.
Caminho de seguir, mas não sei
de bem, se estou vivo
mas sirvo ostras para os rei.
Ou mortos de carmim!
Mal sinal...mal sinal!
Mas ainda consigo pensar nela
e saber que tudo isso
existe, mas, às vezes, só na terça tem vida.
E se estou aqui
é porque me querem.
Mas já me vou, pela mesmo
caminho que me trouxe.
Se ele me leva lá,
não sei.
Mas parado não fico!
Os parados são alvos de flechas,
e de inquisidores.
Vou andando na trilha dela.
Se encontrar, muito bem,
senão, não volto, pelo
mesmo caminho.
Mas que seja uma coisa
de cada vez.
E não é Natal.
Mas é festa pra doer -
eu aqui, ela lá.
E meu mundo se esbalda
na fresta do caldo,
com sal e doce dos alados !