Palavras Ausentes
A palavra que você deferiu ainda não julguei, não há pressa, pois cada instancia do processo sou réu;
E a punição é a sua indiferença, cruel indiferença;
Houve outros verbetes, que me prendem ao caso: “amigo...”, “projeto...”, “admiro...” nada absurdo, mas sumiu! E a condição da falta de hiato ao menos... Como e porque, não sei, sei apenas da dor;
Acordo, olho para a tela, e os versos bobos ou não, não estão!
Procuro, infantil explicar no espelho: “certamente elas estão, mas não há contraste para elas alcançarem minha retina...”;
Em qualquer outra observação a noite cai para mim, não concebo;
Como letras tão especiais que dissestes podem estar ausente?
Ficou eu, a tela, seu nome, e nada além. Seu nome faz lembrar que houve frases, houve diálogo, ouve algo parecido com um conto, há início, meio e fim, me nego, mas... difícil dizer;
Seu nome, me faz lembrar de orações contendo: “tempo...”, “depois...”, “talvez não mais.”. É aqui que começo a cumprir minha sentença;
“Eu sei viver a angustia...” dizia eu desesperado procurando ao menos monossílabas;
Como qualquer que chora, e sofre da chaga de olhar para o horizonte a procura do que já morreu, me apresso a dormir, para quem sabe, no sonho, sorrir com sua voz e sua clemência, para enfim sair da minha cela e seguir.
Por Sandro MS Lino