Charles Araújo

JUSTIÇA ACLAMADA 

JUSTIÇA ACLAMADA 

 

Na noite escura Que se fazia 

O zumbido do vento assustava 

A forte chuva tudo enchacarva

 

Em meio o breu, Um andante solitário

Caminhava no meio do nada…

 

Suas pegadas marcava 

O caminho 

Mesmo ele sem rumo seguindo 

 

Lá longe no sopé da encosta 

Uma luz displicente

Insistia em piscar...

 

Tempos sombrios 

Naquela distante terra

Fome, guerra e mazelas...

 

Seria aquele viajante

A clemência clamada ?

Ou apenas mas um carrasco

Uma vida desalmada?

 

A passos mais largo 

Logo a luz se aproximava

De dentro da pequena choupana

Murmúrio de voz exclamaram:

 

És tu o enviado ?

Vieste a mando de quem?

 

Mas o estranho sem fazer de rogado 

Sou vossa sorte anunciada

Sou senhor desta jornada

Vim a mando dos que um dia 

Guardavam esse reino 

Mas foram sem culpas lançadas fora...

 

Vim por direito assumir o que é meu 

Sou filho legítimo do seio destra 

Desolada terra

Ainda hoje despojarei do que ainda sobraste 

Farei de seus filhos impolutos meus súditos 

E novamente trarei a justiça

 

Ai daqueles que contra minha espada se levantar

Malditos serão todos os da casa real 

Do mais novo ao mais velho, decapitarei

Até que se acalme a minha ira...

 

Longa jornada a mim foi imposta

E pelos caminhos de tudo encontrei

Mas aqui agora todo destino selei

Saiam agora e a todos anunciam 

Que vier comigo minha espada protegerá

Mas quanto aos desertores, nada posso fazer se não cumprir minha missão...

 

E assim aquela tempestuosa noite sombria 

Foi o início daquela anunciada carnificina 

E Ao romper do dia, tudo que foi dito se fez

 

E assim voltou a justiça

Naquele reino outra vez....

 

C.Araujo