vi um belo corcel branco cruzando os céus
de collant, tutu e ferradura de meia ponta
crinas copiosas, encaracoladas no pescoço
trançadas, em incontáveis rabos de cavalo
sedutor, trespassando o ventre de nuvens
entrando ali e saindo acolá, silente no azul
onde deixava desenhados clássicos passos
como se embalasse Tchaikovsky seu ballet
singular, desenvolto, despreocupado e feliz
equestre astro excelso das artes celestiais
insofismável pra mim, espectador exclusivo
no gozo do privilégio das minhas desrazões
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 23/01/24 --