Carlos Lucena

NEM TUDO É COMO SE VÊ

NEM TUDO É COMO SE VÊ (ESTRADA)

Para o mundo pão e circo
Para os olhos trave e cisco.
Para os poetas um livro sem nome.
Para o tempo
As rugas na face da estrada
Para o escuro
A chama esquálida de uma vela apagada
Para a poesia os
Versos confusos de uma estrofe que a ninguém nada dizia.
Para a vida
A chegada e a partida
No trem que passa ou no que ainda não passou
E na estação  a alegria de  quem chega
E a tristeza de quem não chegou.
Para quem chega
A chegada
Para quem parte a partida
E assim chegando ou partindo
Tudo é quase nada
 tudo é estrada
Chorando ou sorrindo.