O peso das folhas mortas.
Quero continuar sentado aqui, que tudo passe por mim, que as folhas que caem das árvores me atravessem e não grudem em mim, não posso me mover, quanto mais passa, mas pesado se torna estar parado, tantas folhas me empurrando mas não consigo andar, ter que desistir de estar no chão me pareceu tão cruel, mas me doeu mais ter desistido de mim mesmo.
As folhas que me atravessaram poderiam ter sido muito mais apreciadas se eu tivesse tido coragem suficiente para as agarrar, e se tivesse sido diferente com as que se agarraram em minhas costas, algumas murcharam agarradas, enquanto outras voaram depois de um tempo, não posso prender em mim o\'que já está para voar.
Segurar mais folhas do que podia me agoniou, me dilacerou, prendê-las foi cruel, não conseguia libertá-las, e me segurei em raízes mortas que iriam quebrar a qualquer momento.
Já não às seguro mais, minhas folhas morreram em minha mão, preciso ir através delas, mas talvez não com elas; Não quero mais estar sentado, doeu, dói e vai doer começar, mas não irei perder novamente o\'que jamais pode voltar novamente.
A brisa das folhas vivas.