Olhei pela janela, alto é o castelo que desmorona;
E a bela cidade, repleta de mansões, com paredes largas, ao horizonte;
Muros intransponíveis, e acima deles cercas elétricas, câmeras e vigias;
Todos sedados, dormiam tranquilos no sono da loucura;
O estomago não aceitou o psicotrópico, e naquela noite estava a janela;
Abdiquei privilégios, direitos e prerrogativas, desci escadas, tomei vestes simples e adeus!
Não faz sentido ser o louco da realidade que anelo;
Não faz sentido incorrer-se à diária rotina “manicômica” vital;
Hoje ainda, quero rir de muitas coisas inapropriadas;
Hoje ainda vou elaborar hipóteses jamais cogitadas;
Hipóteses sobre a resposta que a letargia não dá conta, sobre certos absurdos simples que ninguém visita;
Mas quando negada a Hipóteses ainda faz sentido, Na realidade longe dos Septos, sentido é plural e perfeitamente imaginável;
Tratando o estigma de não louco, a cidade me vê, as notícias, assuntos e debates são sobre a nova condição;
O espaço que ocupas em qualquer lugar é foco, todos tristes querem sua loucura;
Seu amigo, seu ente e seu espelho procuram a insanidade admissível;
Sua mente pedirá a loucura, a realidade insólita é Axiomática: Resista!
Amanhã abrace a sujeira, se sente com o podre e abrace o esquecido;
Ouça por horas o que difere, tire vendas e provoque o morador dos muros vigiados;
Vista o inaceitável, ande nas horas erradas, entre pelo caminho largo e tateie tropeçando no beco não recomendado;
Me veja! Se assuste! Não sou mais o preferido! Preterido sou, consegui!
Não mais louco, ao seu remédio de controle, digo NÃO! O que me toma eu decido!
O Castelo caiu! Desce para cá, sinta o Nirvana, sinta se Brahma, Seja ABSOLUTO!
Por Sandro MS Lino