Claudio Reis

PERPÉTUO AMOR

Perpetua pelo tempo o amor

Sentimentos puros aguçados por um simples sorriso

Suavidade que só se pôde ouvir em vozes angélicas

Carinho que apenas se vê em nuvens brancas flutuando nos céus

No manso bailado das ondas do mar beijando a areia

Um coração que insistente batia para suprir a vida, agora sente

Sente alegria do encontro, o aperto da saudade, o alivio com a presença

Perpetua pelo tempo o amor!

A mesmice entediante dos meus ais virou desejo inebriante

Toda sede castigante do árido deserto da solidão saciou-se

As longas noites frias e vazias de sonos inquietos esvairam-se

Agora estendo a madrugada a contar estrelas no azul escuro

E quando brilha o primeiro raio do Sol ainda estou a sorrir

Sinto-me verdadeiramente vivo! como passarinho liberto da gaiola

Perpetua pelo tempo o amor

Flores que não eram percebidas surgem a todo instante

Ventos que só varriam folhas agora sopram meus cabelos

Enquanto todo mundo corre em busca do mesmo eu paro para ver a abelha

Sou cúmplice de uma trama passional onde só dois podem saber

Assim quero seguir destemidamente como aguas do rio de encontro ao mar

Atravessar vales, descer montanhas, dar-me todo, fazer este amor perpetuar.

 

Claudio Reis