Nelson de Medeiros

O PERFUME

O PERFUME

 

Ela evolava rara e doce essência ...

De pronto prendeu-me sua fragrância!

Então, numa invencível e estranha ânsia,

ao seu corpo me rendi, sem prudência!

 

Seu aroma era a marca da constância,

e, sempre que a via, em nossa vivência,

ela enchia de meiga experiência

mi! alma, mal saída da infância!

 

O passado, porém, no tempo, é bruma

que em sua viagem sem volta, esfuma

nossos momentos mais inebriantes!

 

Mas, hoje eu pude ver o ontem no ar

ao sentir que a jovem, na orla do mar,

tinha o perfume daqueles instantes!

 

Nelson de Medeiros