Se sou agora
sou sua ânsia,
sua metade de querer,
sua boa vontade de
azular o frio vitral
que esparge meia-luz,
de sombras e dor,
no tudo que me envolve.
E me perco em sua
luz, que me ofusca
e me faz crer
que não acredito
em milagres ou
pura piedade.
Se sou o início,
logo já chegarei ao
fim.
Não sou bem durável,
nem armadilha de
castelos sombreros.
E não dissipem minha
imagem: ela é fruto
do maduro e do
desgarrado,
ela é fruto do vinho,
parte de mim,
parte de você,
sovirdos em cristal,
num só gole, que,
de todo
mortal será
sempre meu caminho
de pedras.
E se me encontrarem
lá, lá longe na terra
dos idos e castigos,
onde um beijo vale
uma alma,
e um amor
toda uma vida,
digam que procuram
pelo pássaro ferido,
pelo homem de três sonhos.
E se quiser achar meu
caminho que procure
entre o vago e a dor,
lá onde mora meu dissabor !