Carlos Lucena

NEM FUTUROS NEM PRETÉRITOS

NEM FUTUROS NEM PRETÉRITOS 

Há tempo 
Em que o tempo 
não conta.
As realidade são sonhos.
Não existem  futuros nem pretéritos.
E o amanhã  
quase não existe.
Não há lutas 
Nem disputas.
Apenas hoje 
tem suas razões.
E a frágil linha que se atravessa é infinita
Porque não há especulação do fim.
Não há conjugação 
do não
Somente a transliteração do sim.
Nada cansa 
E o cansaço
É a esperança 
Que baila
Que dança.
Nem púbis
Nem acnes 
E dos hormônios
Só mesmo 
os dos sonhos.
Parece eternidade 
ou tudo está muito longe
Ou nada vai passar
E o choro 
Não é de dor
Nem de saudade
É de liberdade!