... poeta do cerrado ... © Luciano Spagnol

Fragilidade

Se o verso bater de novo à minha inspiração

Inquieto, suspirante, para o meu sentimento

Hei de dizer-lhe tudo quanto for duma razão

O meu afastar, como um vingador momento

 

O que vir de tal gesto, pouco importa a ação

Não se faz árduo e penoso, tão pouco isento

Quando o versejar compõe para uma solidão

Falham com as duras rimas, sofrem fastiento

 

E, se for irreverência com uma flor, dor causa

E, se for olhar jogado ao vento, disperso olhar

Ah! borrado verso quando o amor, nele pausa

 

Tudo se faz tão vazio, ao poema tão aturdido

Sem cor, cheiro, colo, e sem um poético lugar

Onde o canto se põe a chorar num tom traído.

 

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

15 janeiro, 2024, 04’38” – Araguari, MG

 

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