No ápice de sensações, numa entrega ardorosa e total,
Calou-se o bardo, duvidava... Não sabia se era real
Aquela silhueta que, linda e elegante, pairava a sua frente!
O mundo, pensava, havia-lhe sido por demais cruel,
E não cria que o amor pudesse ter aberto seu céu
Assim, inacreditavelmente e tão de repente!
Então, sem dar crédito à sua própria intuição,
Seguiu seu caminho sem qualquer tentativa ou ação
Levando consigo um sentimento sinistro, trágico!
Quis voltar depois... Tirar da alma tal contenda,
E em desespero atroz quis achar a perdida senda,
Mas, perdera-se no tempo o momento mágico!
Nelson de Medeiros