Ema Machado

Atrás das portas

 

Anseio o asfalto...

A portas fechadas me assalto

Roubo minha lucidez

Grito de medo, é alto

Finge não ouvi-lo a sensatez...

Fantasmas bailam em profusão

Uma masmorra ou bela cela?

Saboreamos o gosto de uma prisão

Ah! doce é o sabor de ir e vir

A certeza de se possuir...

O momento é impreciso

Preso também jaz o riso

Pairam apenas anseios de liberdade

A vida se fez metades

...Mente a mente, arde...

Não há o que a sacie saber

Lições as quais nunca se quis aprender

Hoje transitam, tornando-a demente

Pagam-se pecados

Todos somos réus

Muitos, libertos se vão

Que alcancem os céus...