Última carta
Um papel com algumas linhas, uma caneta na mão, uma vela acesa sobre a mesa uma sombra projetada sobre a folha.
A caneta desliza suavemente sobre as linhas, quase não as vejo,mudo a posição da vela;e a sombra desaparece
A mão é trêmula;confusão em minha mente,abandono solidão,as palavras já pensadas ficando gravadas em linhas passadas.
Os momentos vão sendo escritos,o que já foi dito, sonhado, imaginado, quantos erros cometidos, quantos males sei que deixei.
Não sei; linhas de perdão; retratação, reconciliação, dúvidas, remorso; é o caos nos pensamentos, o arrependimento tardio.
A caneta continua deslizando sobre as linhas, nas pausas vacilo em recomeçar,as ideias ficando confusas preciso ter coragem, preciso terminar.
Vou relembrando, não entendendo;me colocaram em um divã me amarraram taparam minha boca, não me deixaram gritar,a inocência de minha alma pedindo clemência.
Depois entendi,das coisas que falei,das rodas e dos ventos,e dos moinhos ,me deixaram maldito nesse lugar; peço perdão, são coisas da alma.
Peguei o papel, selei com um beijo, uma gota de jasmim perfumei,pedi para enviar.
r.capuano