Arlindo Nogueira

JOÃO CARREIRO (In memoriam)

Nasceu no ventre mato-grossense

Qual o canto do tuiuiú pantaneiro

De viola sertaneja João Carreiro

Cantar Mato Grosso era seu tino

Com o Capataz seguiram destino

Dupla caipira cêmo porque cêmo

E o Pantanal tornou-se pequeno  

No estouro da música “desatino”

 

A música desatino fala de paixão

Coração loucamente apaixonado

Que sem o sono fica desesperado

Significado num quarto de hotel

É madrugada e a solidão é cruel

Sair em desatino talvez convém

Para encontrar um certo alguém

Estou feito uma estrela sem céu

 

A ausência de tino leva a loucura

São aventuras que mexem a gente

É uma mulher de amor diferente

Dum doce veneno que me satisfaz

Eu quis fugir do destino por trás

Mas, aquele coração pantaneiro

Resgatou a estrela João Carreiro

Dando fim na dupla com Capataz

 

Janeiro de dois mil e vinte quatro

Dia três João Carreiro foi embora

O Cuiabano entra para a história

João Carreiro e Capataz nacional

E cêmo porque cêmo sensacional

No mundo sertanejo será o cartaz

Da dupla Joao Carreiro e Capataz

Imortal voz do tuiuiú do pantanal