Melancolia...

Amor Abatido.

Digitando coisas bem qualificadas,

Cuidado nas letras e palavras,

O medo de incluir algo que não condiz o momento,

A importância de saber o que dizer, expressar,

Antes, era bem notório tudo o que queria falar,

Bem mais apreciado a forma como digitava, mostrava,

Hoje em dia, ficamos alterando e atentos as palavras,

Como se fosse balas miradas em nossa direção,

As mais lindas palavras de carinho,

Sendo substituídas pela educação, modéstia,

Mantendo um padrão rotineiro, equilibrado,

Formas e sentidos diferentes, alternados,

Cada um com o seu pensamento errante, bobo,

Querendo dizer aquilo que o coração sente,

Mas com cuidado para não machucar com a mentira,

Pois, na realidade, as únicas coisas que machuca,

Seriam as palavras sendo contadas e trocadas a fio,

Sem perdão, sem sentimento, machucando forte,

Apenas a tecla Backspace, Backspace, Backspace

Sendo acionada várias vezes,

Se tornando uma forma de munição,

Aguardando para dar o primeiro disparo,

Em sentido do triste e pobre coração...

Na realidade verdadeira,

O que eu mais queria dizer era:

Eu Amo Você, e não “Eu gosto de Você”;

Mas tenho que me resguardar, e segurar,

E aguardar o último suspiro do amor abatido,

Sem reação e sem condição de se erguer,

E sem forças para balbuciar, ao fio de uma navalha,

Que corta silenciosamente e profundamente,

O quanto eu preciso de você...

Pode até estar abatido,

Mais de ti eu nunca tenho esquecido.

3 jan 2024 (19:49)