Hoje comprei estrelas,
todas, de par constante,
sempre de chinelas,
vagueavam em redor de
ternuras,
todas à procura
da magia de crianças.
Todas falavam a língua
dos reis,
todas vestiam alto,
e tinham lábios sedados
por saudades.
Rodeada de flores,
pareciam
encantadas
com os queridos presentes.
E trocavam conversas da vida.
Ao tilintar de taças,
logo no início do verão,
pois a festa foi dupla:
à noite
cheia de beijos e vinho
e até surgir o sol,
iluminando amores de ontem.
Pelo menos agora sei: agora tenho
a taça e o vinho e a água
fluindo de meus lábios,
e entroluzidas
pela euforia de graça.
Mais a festa não parava.
E eu pra ficar
tinha ordem mágica:
Quer ficar, fica,
mas
só comprando
mais estrelas.