Vestiu-se de negras sedas tão puras,
No recanto ermo da solitude...
Cobriu-me o peito morto de agruras,
Entristecidas flores no ataúde.
Minhas lembranças da áurea juventude,
Escureceram-se elas nas alturas,
Restou-me só este pesar tão rude,
E o gutural silêncio das alvuras.
Ai quando olhei-te branca padecendo,
Lembrei-me d\'um ocaso que morrendo,
Trouxeste-me teu brilho, já fanado...
E nesse solo que a vida se encerra,
Florescem como flores sobre a terra,
As sacras melodias do passado.
Thiago Rodrigues