Gustavo Cunha

Dialódos de interlúdio

Sou o que sou não pelo que sou,
 
Mas pelo que deixei de ser.
 
Sombra disforme do que outrora fui.
 
Reminiscência perdida daquilo que poderia ter sido.
 
Uma potência de sentimentos a sentir
 
Refluxos da vida olvidada.
 
Se pudesse crer no mundo que se anuncia lá fora,
 
Fazendo com que os acontecimentos se imponham de forma
arbitrária...
 
Todavia, a lógica de tudo é a lógica do nada.
 
Há uma vaga lembrança de mim em minh’alma.
 
E neste momento tudo deixa de existir,
 
Pois seja em dor ou pensamento,
 
A todo momento me esqueço.