Nunca tinha visto antes uma mulher nua,
Uma mulher nua, totalmente nua,
Ah! Isso era novidade,
Tão crua, tão nua de verdade,
Sem vergonha ou sem pudor,
Do seu amor, da sua dor,
Da sua fragilidade,
Forte pela franqueza,
Amando sem ter defesas,
Suas incertezas,
Com feminina simplicidade,
Atraindo meu reparo, meu faro
Cativeiro da minha saciedade
Ah essa mulher pouco se dá conta,
Do magma que provoca,
Sua pele que me afronta,
Penugem que me toca,
Seu sorriso, Minha surpresa,
Seu beijo tão vivo,
Sua extrema felicidade;
Talvez viva dúvidas,
Pense incertezas,
Tenha saudades
de algum passado,
De algum sentimento vivido,
Ou não vivido,
Ou algum amor acabado,
Talvez sofra sem fazer alarde,
Chore a noite escondido,
Noites de sono perdido,
Mas quem vai saber?
Quem sabe?
O que eu não duvido,
É que vive despida,
De medos e de receios,
Simplesmente quer ser,
Seus sonhos, seus devaneios,
Talvez procure uma saída,
Talvez seja a mulher de minha vida,
Talvez venha inspirar pintores e poetas,
Talvez venha fazer o que ninguém fez,
Anunciar minha devoção secreta,
Acender uma paixão proibida,
Talvez, Talvez...