Lucy Fesl

Lamento do Homem que matou a Floresta.

Se ouviu um grito naquele lugar escuro,
um grito que fazia a pele gelar,
a agonia e o pavor subiram na minha garganta.
Meus pés calejados vieram a tropeçar.

Com as pontas dos dedos gelados, tentava eu me apoiar
e assim cortei a mão nos espinhos das rosas ferozes
que cercavam aquele lugar, 
por todo o caminho eu ouvia vozes a sussurrar.
“E o seu fim agora, como foi o nosso e nada ira te salvar.”

O sangue invadiu o chão, um vermelho vivo e intenso
o cheiro de metal tão conhecido,
pingava ecoando lentamente em um som seco naquele lugar imenso.

Latente o chão se abriu e aceitou aquela oferenda de dor, 
dada a contra vontade, dada sem amor.
Eu gritei ao vento, me perdoe, agora estamos quites,
leva essa oferenda, retirada as forca e voe, vá embora me deixe livre.

Diga ao criador, que já basta, diga que estou sobre,
diga que meu coração está puro e que meus pensamentos são nobres.

Diga que virei amor, diga que me cortei na flor,
diga que me cansei da escuridão, peça que ele tenha compaixão
e me deixe mais uma vez viver.

Havia árvores, antes belas e esbeltas, em uma floresta encantada
mas pareciam naquele lugar fantasmas, de uma época avacalhada.
Uma voz do alto ecoo, tao alto como trovão.
“ Destruíste teu lar, homem sem compaixão,
Avassalas-te o que te dei, e agora estas tristes?
Morte será teu castigo, sede será teu destino,
fome será teu sobrenome, e lamento e o que tragaras para sempre no peito“