Sou mestre de obras e
às vezes faço encantos.
Às vezes faço desencontros,
às vezes imagino venerar
a imagem mais linda
que a face da terra
já viu e refazê-la para mim.
Seus traços me pertubam,
sua vida me refaz,
por isso sou
obreiro
dos sonhos.
São encantos de pedras
são vidas que me
chamam à vida.
Um dia terei o dom
de mirar em você
e erguer a mais bela
estátua que o mundo já viu.
Mas, de todo, não faço encantos.
Sou perecível,
vou basco,
por isso, de todo grado,
posso fazer sua imagem,
mas sua vida não tenho dono.
E se perco sua vida,
perco a minha.
E se perco o dom do calor
de suas mãos;
perco a vontade de viver
e cheio de pavor,
acredito,
sou mero mestre das pedras,
sem vida.
E minha obras se misturam
em luzes e pedras !
É você nascendo em
algum lugar
dentro do meu tempo.