SM Lino

Como Nasce Uma Estrela

Como Nasce Uma Estrela.

 

Ela caminha na chona, raios da lua em prisma com a névoa e os ratos a espreitam, sua arquitetada beleza sensual e semi desnuda, faz vítima a toda caça ou caçador daquele bioma;

 

Ela entorpecida de personalidade, se alimenta dos que no bosque ouvem seu canto, e sem maldade e sim, por instinto sedutor, atrativo e fatal, o arrasta para seu ninho, tirando deles as faculdades básicas, fazendo-os viver em devaneios;

 

Eu era um orbe desprendido de sistemas complexos, havia dolorosamente passado por Magalhães e suas Nuvens, A Nebulosa de Triângulo e Andrômeda, atraído e preso a elas em uma espiral, e de brilhante mar de estrelas até o caos massivo;

 

Me desprendi e me lancei na escuridão do vasto, tão dolorido quanto estar ligado a elas, mas a luz brilhou anos luz a frente, e me sentei em seu mundo para beber da gravidade que emana dessa avenida, seu olhar capturou-me e sem palavras desci as suas águas, a sua mística já estava em minha mente, as curvas, pele cores, protuberâncias e vales de sua geografia sugava o eu sedento que outrora não queria mais...

 

De sua boca fechada por lábios vibrantes, vinha o convite, me curvei como um animal plebeu, aguardando suas garras penetrarem meu corpo, e em transe, carregado fui ao seu ninho, envenenado de volúpias profundas, que maximiza os delicados órgãos responsáveis pelas delicias e sabores, em cada mordida e sucção sua, minha mente era induzida à primata imagem das cores quentes das flores raras, das florestas em sombras e luzes, do sublime rio gelado em minha pele e do sabor da fruta que enche minha boca, se misturando a minha saliva satisfazendo-me, em troca do que me definia;

 

Das estrelas, nebulosas, campos gravitacionais e galáxias me esqueci, quero ser a caça, ser a presa e seu alimento, e fui! Ela com sua probóscide me sugou a graça, proposito e habilidade de ser e voar pelas silenciosas constelações.

 

Poderosa! Cheia de outros e de si. O ninho, a avenida e a lua à procura nas ruas, ela partiu feita de matéria Interestelar;

 

E a noite, entre Antares e Aldebarã com a essência de outro, com todo o meu núcleo  e minhas reações de fusão, minha energia, Ela brilha! E eu penso nela.

 

Por Sandro M S Lino