Melancolia...
Fio da Navalha da Morte.
Agora, aqui neste sepulcro,
Me encontro com a solidão,
Abraços e afagos foram deserdados;
Atrasos nas constantes do tempo.
Se alastrou dentro do meu peito,
A essência do puro furor da vida;
E a morte acompanhando bem de perto.
A ida de um corpo andarilho e perambulante,
E na mesma ida à deriva no vácuo,
Alcancei a pura e densa noviça da noite;
Penumbra, seu nome era,
Me trouxe rosas sem pétalas vivas
E espinhos já cravados no meu pulso
Onde o pulso já não mais acompanha as batidas do coração
Onde vejo parar o meu respirar nos últimos suspiros.
Já atadas estão minhas mãos,
Que eu nem consigo reagir a um pedido de socorro,
E, também, já não posso sentir mais o teu semblante;
Olhos quase se fechando pela força da fraqueza
E quase não conseguindo enxergar o próximo passo para o fim
E se o meu último sussurrar que ainda tenho guardado
Não chegar aonde teu coração se põe e descansa,
Tenho certeza de que, ainda não mais vivo estou,
Apenas aguardo o túmulo que irá me consumir por inteiro,
Até o último e restante fio da existência minha.
Agora (estou) aqui neste (meu)sepulcro,
Onde adormeço em meu descanso findo.
Por abster o teu amor a mim,
Me perdi no elo viril da navalha da morte,
E me afoguei na esperança de não te ter nunca mais.
21 dez 2023 (15:02)