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Melancolia...

Fio da Navalha da Morte.

Agora, aqui neste sepulcro,

Me encontro com a solidão,

Abraços e afagos foram deserdados;

Atrasos nas constantes do tempo.

Se alastrou dentro do meu peito,

A essência do puro furor da vida;

E a morte acompanhando bem de perto.

A ida de um corpo andarilho e perambulante,

E na mesma ida à deriva no vácuo,

Alcancei a pura e densa noviça da noite;

Penumbra, seu nome era,

Me trouxe rosas sem pétalas vivas

E espinhos já cravados no meu pulso

Onde o pulso já não mais acompanha as batidas do coração

Onde vejo parar o meu respirar nos últimos suspiros.

Já atadas estão minhas mãos,

Que eu nem consigo reagir a um pedido de socorro,

E, também, já não posso sentir mais o teu semblante;

Olhos quase se fechando pela força da fraqueza

E quase não conseguindo enxergar o próximo passo para o fim

E se o meu último sussurrar que ainda tenho guardado

Não chegar aonde teu coração se põe e descansa,

Tenho certeza de que, ainda não mais vivo estou,

Apenas aguardo o túmulo que irá me consumir por inteiro,

Até o último e restante fio da existência minha.

Agora (estou) aqui neste (meu)sepulcro,

Onde adormeço em meu descanso findo.

Por abster o teu amor a mim,

Me perdi no elo viril da navalha da morte,

E me afoguei na esperança de não te ter nunca mais.